Esse livro é uma resposta ao trabalho de Ken Wilson chamado Fundamento do Calvinismo-Agostiniano. O livro em questão é um resumo de sua tese de doutorado em Oxford. A tese defende que Agostinho, o Bispo de Hipona, foi o grande corruptor do cristianismo ao introduzir o maniqueísmo, estoicismo, gnose e neoplatonismo na fé cristã, especificamente a partir do ano 412 d.C.
O livro de Ken Wilson apresenta as seguintes ideias:
Todos os pais da Igreja antes de Agostinho rejeitaram o determinismo e defenderam um livre-arbítrio libertário. O estoicismo introduzido por Agostinho gerou o determinismo e, portanto, deve ser rejeitado. Segundo Wilson, Agostinho introduziu o maniqueísmo, estoicismo, gnose e neoplatonismo no cristianismo.
Todos os pais da Igreja defenderam que o homem nasce bom, com a imagem divina intacta como a de Adão, e com livre-arbítrio para fazer o bem ou o mal, mesmo os bens sobrenaturais, sem a assistência da graça. A ideia de uma vontade caída seria gnóstica e maniqueísta, supostamente introduzida por Agostinho no cristianismo.
A predestinação sem ser baseada na presciência dos atos livres não existia antes de Agostinho, mas foi introduzida no cristianismo por ele.
Nenhuma dessas teses é verdadeira, como demonstraremos neste trabalho. No entanto, para evitar equívocos, seguiremos a seguinte ordem: primeiramente, apresentaremos, de forma resumida, a crença reformada sobre determinismo, livre-arbítrio, predestinação, vontade salvífica, graça e perseverança dos santos. Na seção dedicada aos cinco pontos do calvinismo faremos uma introdução e analisaremos cada ponto ao longo da história após Agostinho, incluindo sua recepção nos Concílios do primeiro milênio. Já os aspectos anteriores a Agostinho serão abordados na parte em que dialogaremos diretamente com o livro de Ken Wilson. Nossa intenção não é oferecer uma explicação exaustiva de cada tema, mas expô-los de maneira suficiente para demonstrar que as acusações feitas contra os reformados são infundadas.
DOUTRINAS DA GRAÇA NOS PAIS DA IGREJA: Testemunhos antes de Agostinho
Por Francisco Tourinho
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Capítulo 1 - O posicionamento Agostiniano-Reformado sobre os decretos e livre-arbítrio.
1.2 - Que tipo de liberdade a teologia reformada calvinista defende?
1.3 - Calvino e os calvinistas ensinam que Deus é o autor do pecado?
1.3.1 – Providência divina segundo Calvino e os Calvinistas
1.3.2 - Concursus providencial divino na doutrina de João Calvino e os Calvinistas.
1.3.3 - E as polêmicas declarações de Calvino e calvinistas? Eles afirmam que Deus é o autor do pecado?
CONCLUSÃO
Capítulo 2 - Os 5 pontos do Calvinismo e os Concílios do primeiro milênio.
2.1 - Depravação Total.
2.1.1 - Conclusão
2.2 – Eleição Incondicional
2.3 – Expiação Limitada
2.3.1 - Em que sentido Cristo morreu por todos?
2.3.2 – Em que sentido Deus quer salvar a todos?
2.3.2.1 – Ordem Transcendental e Ordem Predicamental
2.3.2.2 - Conclusão: Uma Chave de Conciliação
2.3.3 - Agostinho defendeu uma vontade salvífica limitada?
2.3.4 - O pelagianismo e o semipelagianismo
2.4 - Graça Irresistível
2.4.1. Deus é onipotente
2.4.2. A vontade segue o intelecto
2.4.3. A mudança da natureza: regeneração
2.4.4 – Os concílios do primeiro milênio
2.5 – Perseverança dos Santos
2.5.1 – Perseverança dos Santos e Santo Agostinho
2.5.2 – Perseverança dos Santos nos Pais da Igreja antes de Agostinho
Capítulo 3 - ANÁLISE CRÍTICA da tese de Ken Wilson
3.1 – Falso dilema de Ken Wilson.
3.1.2 – Estoicismo e determinismo
3.1.2.1 – Incoerência interna do trabalho de Ken Wilson.
3.1.3 - Maniqueísmo
3.1.4 - Gnosticismo
3.1.4.1 – Eleição sem ser pela presciência simples e a fé como um dom
3.1.4.2 – A doutrina do pecado original, vontade caída e batismo infantil.
3.1.4.3 – Sobre a interpretação de Agostinho do texto de João 3.5
3.1.4.4 – Sobre a interpretação de Agostinho do texto de Romanos 5.12
3.1.4.5 – Sobre a interpretação de Agostinho do texto de 1 Timóteo 2.4, a vontade salvífica universal e a Expiação Limitada antes de Agostinho.
3.1.4.5.2 – A onipotência divina e seu propósito.
3.1.4.5.3 – A sacramentologia e liturgia da Igreja Antiga e a Expiação Limitada
3.1.4.5.4 – A crença de que somente os cristãos serão salvos
3.1.4.5.6 – Outros textos patrísticos que corroboram com a vontade salvífica limitada e a expiação limitada
3.1.4.5.6 – Substituição Penal
CONCLUSÃO
Livros que resgatam a boa Teologia Reformada.